Vicente Augusto de Carvalho

Vicente de Carvalho foi um dos grandes poetas de inspiração lírica brasileiros. Seu tema preferido eram os referentes ao mar.

Filho do Major Higino José Botelho de Carvalho e de D. Augusta Carolina Bueno de Carvalho, descendente de Amador Bueno, iniciou seus estudos em casa (1873) com professor particular.

Ingressou no Seminário Episcopal, São Paulo (1879), iniciou estudos nos colégios Mamedes e Norton, São Paulo (1881) e cursou Direito (1882-1886) e tornou-se bacharel em direito (1886) na Faculdade de Direito de São Paulo. Na época, colaborou nos jornais O Patriota, A Idéia Nova, Piratini, O Correio da Manhã e A Tribuna. Foi membro do Diretório Republicano de Santos e participou na Boemia Abolicionista, encaminhando escravos fugitivos para o Quilombo Jabaquara.

Candidatou-se a deputado provincial no Congresso Republicano (1887), em São Paulo, ano da morte do seu pai, em Santos. Casou-se (1888) com Ermelinda Ferreira de Mesquita, em Santos, com quem teve quinze filhos. Estreou na literatura com o livro Ardentias (1885), sendo esta obra de estréia reescrita e publicada em uma nova versão com o nome de Relicário (1888) e no ano seguinte foi redator do Diário de Santos, e fundou o Diário da Manhã em Santos (1889).

Militando na política, tornou-se Deputado no Congresso Constituinte do Estado (1891) e participou na Comissão Redatora da Constituinte.

Defendendo o abolicionismo e a república, aderiu ao positivismo, atividade que o afastou temporariamente da literatura, voltando a publicar no século seguinte com Rosa, rosa de amor (1902), grande êxito de público e crítica. Com Poemas e Canções (1908) veio a consagração definitiva. Este livro o levou à Academia Brasileira de Letras (1909) e foi freqüentemente reeditado. Depois viriam Verso e Prosa (1909), Páginas Soltas (1911) e Verso da Mocidade (1912). No período posterior (1914-1920) foi Ministro do Tribunal de Justiça do Estado, em Santos.

Sua última publicação foi Luizinha (1924), comédia em dois atos. Seu estilo flutuou entre o parnasiano, o realista, o simbolista e até o quinhentista.

Em seus últimos anos, reduziu sua atividade literária embora ainda fizesse versos, dedicando-se aos negócios comerciais e a uma pequena indústria em Santos, e morreu em São Paulo, capital.