aLEXANDRE DE GUSMÃO

Alexandre de Gusmão foi um brilhante diplomata português nascido no Brasil colônia, que representou Portugal em vários países. Em Roma participou como convidado na corte do Papa Inocêncio XIII. Notabilizou-se pelo seu papel crucial nas negociações do Tratado de Madrid, assinado em 1750, que definiu os limites entre os domínios coloniais portugueses e espanhóis na América do Sul, criando a base para a atual estrutura territorial brasileira.

Nono dos doze filhos de Francisco Lourenço Rodrigues, cirurgião, e Maria Álvares, era irmão de Bartolomeu de Gusmão, o padre voador. Estudou com seus irmãos, Simão e Bartolomeu, no Colégio de Belém, em Cachoeira (Bahia), cujo fundador e diretor foi o protetor da família, Padre Jesuíta e escritor Alexandre de Gusmão, o qual cede o sobrenome “Gusmão”, ao futuro avô da Diplomacia Brasileira.

Na infância de Alexandre, pode se retratar algumas peculiaridades, como as inscrições ao lado da sua matrícula "menino estudioso, engenhoso, mas bastante velhaco”. Padre Alexandre foi como um padrinho para Bartolomeu e Alexandre. Por sua orientação, o jovem Alexandre de Gusmão passou para o Colégio das Artes, ainda na Bahia, onde completou em três anos seus estudos de Latim e Lógica, Metafísica e Ética, Retórica e Filosofia, distinguindo-se como "filósofo excelente".

Em 1710 Alexandre muda-se para Lisboa para morar com Bartolomeu, por meio dos contatos deste com a Corte portuguesa, Alexandre é escolhido, em 1715 como Secretário da Embaixada portuguesa, em Paris. Graduou-se em Direito Civil, Romano e Eclesiástico em Paris (1715 – 1719), logo após também cursou a Faculdade de Leis, em Portugal. Alexandre de Gusmão conquistou um sólido conhecimento de história política, administrativa e em leis nos países europeus.

Também entrará em contato com as personalidades do mundo oficial e com os tratados e acordos pelos quais as nações procuravam estabelecer seus direitos. Na ida a Paris, passara por Madrid, para aprofundar-se nos tramites do Tratado de Utrecht, que determinava limites das colônias espanholas e portuguesas nas Américas. Em Paris, além de aprimorar sua formação diplomática, cultural, e principalmente ideais anticlericais e racionalistas, de filósofos franceses.

Em 1720, fez parte da delegação portuguesa nas negociações em Cambray, na França, ampliando ainda mais seus conhecimentos sobre a diplomacia internacional. Foi enviado para Roma, onde ficou sete anos, atuando como “quase” Embaixador de Portugal junto à Santa Sé. Suas atribuições a partir de então foram imprescindíveis para a estruturação política estratégica do Brasil.

Atuou como Agente da Casa Portuguesa, em Paris e Roma (1714 a 1730), participou das negociações relacionadas à paz luso-espanhola de Utrecht, em Paris (1715), foi Secretário particular do Rei D. João V, (1730 a 1750), Membro do Conselho Ultramarino (1743 a 1753) e Planejou e defendeu o Tratado de Madrid, em Lisboa (1750).

Durante sua atuação como secretário particular de D. João V, desenvolveu condições para desempenhar grande influência nas decisões de Portugal sobre o Brasil. Considerado o "avô" da diplomacia brasileira por sua atuação no Tratado de Madrid, onde defendeu o princípio do uti possidetis.

O Tratado teve como resultado a triplicação do território brasileiro e o uti possidetis passou a ser largamente utilizado pela diplomacia brasileira para solucionar às questões fronteiriças do Brasil.

Em 1740, foi nomeado escrivão da puridade (secretário particular do rei). Sua influência cresceu e ele praticamente dirigiu a política externa portuguesa neste período. De 1746 a 1750 negociou com a Espanha o Tratado de Madrid.

Casou-se em Lisboa com Isabel Maria Teixeira Chaves, com quem teve os filhos Viriato e Trajano. Em 1752, a esposa e os dois filhos morreram tragicamente num incêndio que destruiu sua casa de Lisboa.